O que está por trás da autoimagem idealizada?
Sempre fui uma pessoa vaidosa, cuja autoimagem idealizada se sustenta sobre beleza, elegância, alinhamento e destaque pela minha apresentação pessoal. Não sei exatamente com quem aprendi esse senso estético, mas, intuitivamente, sempre soube combinar cores, texturas, distribuir volumes e escolher minhas roupas de acordo com a ocasião e o ambiente. Quando criança, sofria por não ter dinheiro para investir em boas peças ou ter variedade. Essa situação se tornou ainda mais crítica na adolescência, quando a aparência passou a ter um peso maior com o início dos jogos de sedução e os primeiros interesses românticos. Queria impressionar, mas não tinha acesso às roupas da moda, às cores do verão, aos acessórios desejados. Foi angustiante. Para contornar isso, eu me virava com o que tinha: transformava roupas do meu pai, adaptava qualquer peça que caísse em minhas mãos e pegava emprestado de amigas sempre que podia. Lembro da sensação única de vestir algo novo, algo que nunca poderia comprar. O...